"Estás morto. Estás morto desde o dia em que nasceste". Esta é uma citação de um filme, numa cena em que um amigo tenta convencer o outro a relaxar, convencendo-o que, se aceitar que a morte é algo certo e inevitável, irá ficar mais tranquilo quanto a isso. Este é um assunto que me assusta, mas que, principalmente, me deixa nauseada. A ideia de partir, deixar de estar viva, é algo que me perturba sobremaneira. Não acredito em vida depois da morte, nem em espíritos. Sei que, depois de morta, acaba-se, já não serei capaz de pensar nisso. Mas entristece-me saber que já cá não vou estar. Será que, com uma certa idade (assumindo que lá chego!), já irei encarar o assunto de forma diferente? Serei capaz de pensar e aceitar que vivi, que tive o meu tempo com as pessoas que amo e que está na hora?
Sim, a minha morte é algo que me inquieta. Mas o que, verdadeiramente, me deixa nauseada de receio, é o simples pensamento de vir a perder pessoas que amo. Isso é o que me assusta realmente. Nunca perdi ninguém verdadeiramente próximo. Uma prima de quem gostava, mas com quem tinha muito pouco contacto e que raramente via (quando tinha 15 anos), o meu avô paterno, de quem sempre me lembro doente, de quem nunca fui próxima e que poucas vezes via (com 8 anos) e o pai do meu padrinho, que tomava conta de mim quando era pequena e a cujo funeral fui, já mais velha. Estas mortes custaram, toda a tristeza que se instalou, o ambiente pesado que fica quando alguém parte; mas não eram pessoas assim tão próximas.
A ideia de perder os meus pais, a minha irmã, o meu filho, o meu namorado, a minha melhor amiga... isso, sim, provoca-me náuseas, literalmente. É uma sensação de pânico, uma realidade que gostava de nunca conhecer e é coisa para me tirar o sono. Se acreditasse em Deus, rezava por eles. Como não acredito, só posso esperar que nada lhes aconteça e que permaneçam sempre comigo.
Compreendo-te perfeitamente. Também tinha esse medo, digo tinha, porque infelizmente já partiram pessoas (neste caso o meu sobrinho) que me deixaram sem chão. Mudei para todo o sempre.
ResponderEliminarMas olha infelizmente são coisas que temos de conviver, e lutar sempre pela nossa felicidade.
Um beijinho*
Karina, até me arrepiei a ler isso. Um beijinho grande!*
ResponderEliminarJá perdi os meus avós e o meu pai, pelo que hoje, quiçá fruto da idade e da experiência, aceito bem q.b. a minha morte. Mas lido mal, muito mal, com a doença, sobretudo com o sofrimento.
ResponderEliminarTal como tu, não acredito em vida depois da morte nem em espíritos - morre-se e acaba-se.
Eu acredito na vida depois da morte, não tenho medo da minha morte, mas tenho muito medo de perder quem amo, já perdi o meu pai com 13 anos e até hoje choro essa perda.
ResponderEliminarNão podemos pensar nisso, temos que aproveitar os momentos e a vida, aqui e agora, porque amanha não sabemos o que o destino nos reserva, mas quero acreditar que são só coisas boas.
Rua com esses pensamentos!
Beijinhos
GATA, pois... espero conseguir encarar também com naturalidade.
ResponderEliminarrosinha, tento não pensar nisso, mas por vezes não consigo evitar. É um dos meus maiores medos. Beijinho