Um ano depois da perda inesperada do meu tio, a minha família voltou a ficar mais pobre com a morte (já esperada, mas não menos dolorosa) do meu avô materno. Nunca tive, como já referi aqui, uma ligação aos meus avós como oiço pessoas da minha geração descrever. Ainda assim, era o meu avô. Que no último ano, deixou a casa dele para andar entre a da minha mãe e a da minha tia e, por último, no lar, onde o encontrávamos cada vez mais acabado e alheado sempre que o íamos visitar. Nem imagino o que a minha mãe estará a sentir, perder o pai tão pouco tempo (para mim, ainda é pouco tempo, mas talvez seja sempre?...) depois de ficar sem o irmão.
Ultimamente, com o crescimento do meu filho e todas as mudanças a nível académico, o nascimento da minha filha e o jantar de turma, tenho-me sentido muito nostálgica. Se a minha infância e adolescência me trazem boas memórias, não é apenas porque fui feliz nessa altura, mas também porque não havia a sombra da morte a pairar. Não havia a noção de mortalidade tão presente na minha vida, para mim era ainda um acontecimento muito longínquo. Nos últimos anos, já comecei a ter outra percepção, claro... ao ver as pessoas envelhecerem, os meus avós a deixarem de conseguir fazer tudo o que faziam...
Enfim, o post já vai longo para dizer apenas que lamento por ele, por mim, por toda a família e que não há morte fácil de aceitar. É duro. Descansa, avô.