terça-feira, 31 de outubro de 2017

5 coisas que sou incapaz de fazer

1 - Ser lambe-botas.

Nos tempos de escola, comecei a aperceber-me da existência desta espécie. Começo por dizer que ser lambe-botas não faz de ninguém má pessoa, mas é uma característica que não me agrada. Andar sempre a cheirar o rabinho dos professores, na tentativa de os agradar, de forma a subir a nota e, pior, quando isso não passa com o amadurecer, e se estende até à idade adulta. Passar o tempo a dar música aos chefes, fazer-lhes "favorzinhos", ir pintar-lhes a casa ou fazer-lhes serviços por fora para cair nas suas boas graças é o tipo de atitude que me faz alguma confusão, porque sou da opinião que as recompensas devem ser dadas por mérito e nada mais. Definitivamente, ser lambeta não é a minha praia.


2 - Copiar os outros.

Invejar tudo o que os outros têm, fazem ou dizem é triste. Não acho anormal que tenhamos gostos parecidos com o de outras pessoas, é perfeitamente natural cobiçarmos uma blusa, uns ténis, uma pulseira que vemos em alguém e gostamos. O que não é normal é tentar ser quem não somos. Se te dói os dentes, a mim também dói; se gostas de uns ténis azuis, vou comprá-los já amanhã para mim; se usas uma aliança com o nome do teu filho, também quero uma; se pintas as unhas de amarelo, vou pintar também; se não gostas de praia, também não vou gostar; se o teu prato favorito é lasanha, o meu também é. Querer tudo o que os outros têm e tentarmos fazer-nos à imagem de alguém só revela falta de personalidade.


3 - Virar as costas a quem sempre me ajudou.

As pessoas têm tendência a pedir, pedir, pedir quando precisam e uma tendência ainda maior para se esquecer de quem esteve lá para elas. Muitas vezes, acontece essas mesmas pessoas precisarem de nós, porque todos temos os nossos momentos menos bons, e a ingratidão é uma coisa muito feia. Há que saber colocarmo-nos no lugar do outro, principalmente se esse outro nos ajudou quando mais precisámos.


4 - Ensinar asneiras ao meu filho.

Acho de uma falta de educação tremenda ouvir os putos (pequenos, I mean) a dizer asneiras a torto e a direito. São, claramente, ensinados. Acredito que o meu filho as diga, na escola, com os amigos. Não sou ingénua. Mas connosco não diz, nem à frente dos adultos, da família, em pleno café ou seja onde for. Cá por casa, inclusivamente, evitamos dizer palavrões à frente dele. Os miúdos aprendem maioritariamente por exemplo e fazem aquilo que vêem os adultos fazer. Muitas vezes, assisto mesmo aos pais a ensinarem aos filhos certas e determinadas coisas e penso que raio de parentalidade é essa, que valores está esta gente a passar ao ensinar às crianças que aquilo é bonito e muito giro?


5 - Não tomar banho.

Arrepia-me pensar que há pessoas que passam dias sem tomar banho. Eu, chegando ao fim do dia, não dispenso o meu banho. Adoro sentir-me cheirosa e limpinha. Deitar-me sabendo que deixei a sujidade toda do dia longe! Sabe tão bem, faz-me mesmo muita espécie como é que isto não incomoda a própria pessoa. O cabelo sujo, a pele oleosa, os cheiros que, inevitavelmente, vão surgir se não nos lavarmos. A sério, que nojo, minha gente, lavem-se!


E por aí? Alguma coisa em comum? Qual o top 5 de coisas que são incapazes de fazer?

domingo, 29 de outubro de 2017

O Meu Conto de Fadas #10


Amo-te (parte I)

Quando comecei a namorar com o B., já só tinha olhos para ele. Demorei a assumir que o amava, mas sabia que estava apaixonada por ele, só queria passar o meu tempo livre com ele e sentia-me feliz por ter cedido à vontade de avançar sem medos. Coisa que demorou algum tempo, mas acabou por acontecer, quando eu desisti de lutar contra os meus sentimentos e aceitei que queria estar com ele e que o que tínhamos não chegava.

Após começarmos, oficialmente, a namorar, a nossa relação não mudou muito, continuámos a sair juntos, com amigos, na noite, cafés durante o dia, muitas conversas e SMS, foi passando tempo com o meu filho, trouxe-o cá a casa. Essa parte de conhecer os meus pais foi um bocadinho complicada de gerir, porque eu estive um ano com o meu ex-namorado e os meus pais conheciam-no. E, de um dia para o outro, deixei de estar com um para estar com outro. Claro que eu tinha os meus motivos, não estava feliz, já não tínhamos nenhum significado um para o outro e achei que devia estar com quem me fazia bem. Mas aos olhos dos meus pais, era só estar a trocar um logo por outro. Por isso, sei que não viram isso com bons olhos.

De qualquer forma, estava segura do que tínhamos, portanto, apresentei-o aos meus pais. Calculo que tudo aquilo, a minha atitude, o apresentá-lo à minha família, o andar sempre colada a ele, lhe tivessem dado segurança sobre o que eu sentia por ele. Acredito que ele sabia que eu gostava dele a sério e, provavelmente, por isso, sentiu-se confortável para dizer que me amava. Sim, o primeiro "amo-te" foi dele. Mas aquilo não foi tão romântico como podia ter sido, porque eu não retribuí. Estava ao colo dele, estávamos abraçados, tudo muito bonito e tal... e ele olha-me nos olhos e diz "amo-te". Paralisei nesse momento. Comecei logo a panicar. E, em vez de lhe responder, beijei-o. E continuei a agir como se nada fosse. 

Aquela reacção magoou-o, eu sei. Arrependeu-se de o ter dito, ficou a pensar que eu não sentia o mesmo. Mas eu sou damaged goods, a intimidade e proximidade assustam-me, deixam-me desconfortável, por coisas que aconteceram no meu passado. Eu tinha aceitado que queria estar numa relação com o B., mas antes disso, como já vos contei, só queria estar sozinha, solteira, sem nada sério, razão pela qual o meu ex não se conseguiu aproximar mais de mim emocionalmente. Porque eu não deixava. E aquele "amo-te" representava uma intimidade profunda, um compromisso sério. E a forma como eu iria escolher lidar com aquilo ia decidir o futuro da nossa relação.

A decisão final


Como mencionei por aqui há uns dias, andávamos cá por casa a ponderar a hipótese de o B. emigrar para França durante algum tempo, para termos uma vida um bocadinho mais desafogada e estabilizar um pouco mais as nossas economias. Não é uma escolha fácil, mas o que aconteceu hoje cá em casa facilitou-nos a decisão. O meu filho foi dar um beijinho de boa noite ao B. e veio ter comigo ao quarto para eu o aconchegar na cama. Já era tarde, hoje esticámo-nos na hora de deitar dele, porque fomos jantar à casa da madrinha, mas como é sábado, também não havia problema em adormecer um pouco fora de horas. 

Como o B. tem trabalhado 7 dias por semana e já era 00h, o meu filho disse-me "O pai tem pouco tempo de descanso!", ao que eu respondi "Pois, ele trabalha muito... para ganhar dinheirinho cá para casa". E a resposta dele foi esta "Pois, mas eu não gosto de estar tanto tempo sem o ver... Tenho saudades do pai, gostava que ele passasse mais tempo connosco em casa". Apertou-se-me o coração, ficou pequenino, pequenino... Chamei o B. e pedi ao L. para lhe repetir o que me tinha dito a mim. O B. deu-lhe um beijinho e prometeu que no próximo fim de semana tirava um dia de folga para passar connosco. Depois disto, decidimos que ele ia ficar cá. Com a família. 

O meu filho, aos 2 anos, viu o pai biológico partir para Inglaterra. Era pequenino, mas nunca se esqueceu que tinha um pai. Ele nunca viveu connosco, mas era presente na vida dele. O L. ficou triste com a ausência do pai, revoltou-se pelo facto de ele não estar presente nas festas de aniversário, não queria falar com ele quando ligava, perguntava-me se os bonecos na TV choravam porque não tinham o pai com eles... enfim, não foi fácil. Quem cá ficou para lidar com tudo isso fui eu e só eu sei como foi complicado para ele.

Quando ele tinha 3 anos, o B. entrou na nossa vida. E há 4 anos que ele faz o papel de pai, desde que viemos viver juntos. Ocupou na vida do meu filho o lugar que o pai deixou vazio no coraçãozinho dele. O L. tem perfeita noção de quem é o pai dele e gosta do pai, mas quem esteve sempre presente quando ele precisou, foi o B. E eu não quero que ele volte a passar pelo mesmo. Agora mais velho, com mais noção e pela segunda vez, ver o um pai a partir para longe. Sei bem como custou da primeira vez e não vamos sujeitá-lo a isso novamente.

O dinheiro é importante e faz muita falta, mas não é tudo. A família, sim, é tudo. 💓

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

O passado: saber ou não saber?


Todos nós temos um passado. Bom ou mau, mais ou menos colorido, sombrio ou alegre; todos o temos. Muitos de nós arrependem-se de algumas coisas, outros tantos nem por isso. Eu faço parte do grupo que se arrepende de algumas coisas, na medida em que hoje sei que as podia ter feito de forma diferente, mais correcta, mais ajuizada. No entanto, também assumo que tudo o que fiz e que me aconteceu me fez a pessoa que sou hoje. E, tal como eu, o B. tem o passado dele.

Quando estamos numa relação, inserimo-nos num de dois grupos: ou somos aquela pessoa que não quer nem ouvir falar do passado amoroso e sexual do companheiro, porque é difícil aceitar que ele já esteve nos braços de outras pessoas, ou não nos importamos e preferimos saber tudo o que se passou na vida de quem está connosco. Eu confesso que me integro no segundo grupo. Eu não me importo nada de saber o que o B. já fez, não me sinto mal por ouvir falar nas pessoas com quem ele já esteve, experiências que teve, nada. Ele não faz questão de falar sobre isso, talvez por achar que eu possa não gostar, mas sou eu que pergunto.

Já ele, faz parte do primeiro grupo. Eu sei muito mais pormenores sobre o passado dele do que ele sobre o meu, porque não me pergunta. E, como tal, não sinto necessidade alguma de lhe falar sobre uma coisa que sei que o vai deixar incomodado. Contudo, isto é uma coisa que me faz alguma confusão. Sim, eu sei que ninguém gosta, nem quer, imaginar a pessoa de quem gosta envolvida com outras. Mas é um pensamento que não me perturba, porque consigo separar o passado do presente. O que ele fez antes de me conhecer, antes de ter uma relação comigo, não me afecta. Se alguma dessas mulheres surgir neste momento à procura de reviver momentos do passado, aí a coisa muda de figura. Porém, sei perfeitamente que ele teve uma vida antes de mim.

Gosto de conhecer a pessoa que está comigo, aquilo que já fez na vida, como era, como reagia perante algumas situações. Até porque, pelo que oiço da boca dele, me faz perguntar como seria se o tivesse conhecido mais cedo ou se ele não tivesse passado por tudo o que passou antes de eu aparecer na vida dele. Talvez nem estivéssemos juntos. Parece-me que o B. de antigamente era toda uma outra pessoa, não reconheço na maioria dos relatos dele sobre si próprio a pessoa que vive comigo. 

E vocês? Preferem saber ou não? E a vossa pessoa é das que também prefere manter-se na ignorância e pensar que vocês eram pessoas puras antes de se conhecerem? 😋

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Azares de gaja


Hoje começou aquela altura chata do mês para mim. O que corresponde a mais idas à casa-de-banho. E coincidiu com uma alteração que me fizeram no trabalho. Deixei de estar na montagem final e passei para a pintura, foi hoje o primeiro dia. O que significa conhecer todo um edifício novo, pessoas diferentes, farda nova, outras rotinas... porque aquilo é todo um mundo à parte, que até têm refeitório próprio, não se misturam com o resto da fábrica. Confesso que é um pouco estranho, porque sinto que estamos excluídos do resto do mundo ali dentro. De qualquer forma, é todo um processo de aprendizagem outra vez, não só do trabalho, como do local. Inclusivamente, saber onde são as casas-de-banho. E se hoje precisei delas!

Além disso, hoje foi-me atribuído um cacifo (finalmente!) no balneário feminino. Estou há quase um mês na fábrica e nunca se preocuparam com isso, foi sendo sempre adiado. Hoje, assim que entrei na nova área, entregaram-me logo a chave e levaram-me ao balneário para conhecer o espaço e descobrir o cacifo para o poder começar a usar. Peguei no que queria ter perto de mim e que cabia nos bolsos (pensando eu que tinha tudo) e deixei lá a mala. Algum tempo depois, já no posto de trabalho, comecei a sentir-me um bocadinho desconfortável e lembrei-me que tinha deixado os tampões dentro da mala. Avisei a pessoa que me estava a dar formação que precisava de ir ao balneário, mas ninguém se dignou a dizer-me que as portas estavam trancadas durante o horário de trabalho. Primeiro, perdi-me, tive que voltar para trás e perguntar o caminho (ficam já a saber que o meu sentido de orientação é o pior de SEMPRE). Depois, cheguei lá e bati com o nariz na porta. Não sabia o que fazer, nem onde me dirigir, pelo que contactei a portaria e mandaram um segurança para me ajudar. Com isto, demorei uma vida a despachar-me e cheguei à linha à hora de voltar para trás, para jantar. Este foi o primeiro stress que tive devido a essa coisa fantástica que é a menstruação. Mas não ficou por aí.

De manhã, fui às compras, mas esqueci-me dos tampões, pelo que pedi ao B. para mos comprar quando chegasse do trabalho (esta semana, estamos em turnos trocados), para ter à noite, quando tomasse banho depois do trabalho. Tomei o meu banho calmamente, para, no fim, descobrir que tampões, tá quieto. Esqueceu-se, com tanta coisa que temos para fazer e em que pensar. 1h da manhã e eu enrolada na toalha com um drama destes em mãos. Sim, porque é dramático! O que é que ia fazer? Felizmente, a minha irmã saiu comigo do trabalho à mesma hora, portanto, sabia que ela estava acordada e pedi-lhe encarecidamente para que me viesse trazer uns tampões para me desenrascar. E ela lá veio. Quem tem uma irmã, tem tudo, minha rica menina!

Mulher sofre.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Trabalhar no estrangeiro


Sempre houve muita gente a emigrar à procura de uma vida melhor, um emprego mais estável, um rendimento mais alto, melhores condições no trabalho e maior qualidade de vida. Sempre aconteceu e continua a acontecer, porque, infelizmente, por cá, nem sempre há condições para nos mantermos no nosso país e levarmos o nível de vida que achamos justo e merecido. Conheço algumas realidades: de pessoas que foram sozinhas, sem nada que as prendesse cá, estiveram fora durante algum tempo e voltaram; outras (a maioria, na verdade) foram e fizeram a vida delas por lá; e, ainda, casos de casais, em que uma das partes vai e a outra fica. Porém, nunca dediquei muito tempo a pensar como é, na realidade, a vida assim. Admito que não era uma vida que eu fosse capaz de adoptar, a de ir para fora, levar o meu filho (porque nem pensar em ir seja para onde for sem ele) para longe de tudo o que conhece, separá-lo da família... sendo ele super chegado aos meus pais e irmã. Contudo, surgiu agora uma oportunidade de o B. ir trabalhar para fora durante dois anos, em princípio. Não é um emprego de sonho, mas é bem pago, estadia e alimentação pagas. No fundo, ia ter poucos gastos e seria mais dinheiro a entrar para o nosso orçamento familiar. Racionalmente, não é difícil ver qual o melhor caminho, certo? Só que não é só isso que pesa. Não sei qual seria o impacto desta mudança na nossa relação, na nossa família. E não sei se estou preparada para isso. Ainda estamos a pesar os prós e contras, mas não me agrada pensar que o B. vai estar tão longe de nós durante tanto tempo... perde o convívio do dia-a-dia connosco, partes do crescimento e da evolução do pequeno, deixamos de partilhar pequenas coisas e pormenores que vão passar ao lado, porque, por muito que a internet e a tecnologia ajudem e aproximem as pessoas, não há absolutamente nada como a interacção pessoal, principalmente, numa relação amorosa e familiar. É um afastamento inevitável, porque acabamos por não viver em família. Qual a vossa opinião sobre este assunto?

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Casamentos arranjados


A novela A Herdeira lança-nos alguma luz sobre a vida nas comunidades ciganas, mas levanta-me algumas questões. Uma delas prende-se com os casamentos arranjados. Eu confesso que não lido com ciganos, pelo que não posso, realmente, falar com conhecimento de causa, mas alguém que me esteja a ler sabe esclarecer-me sobre isto? Na novela, uma das personagens principais está prometida a um outro cigano. Um acordo feito pelos pais de ambos quando estes eram crianças. E isto gera aqui um conflito, porque a cigana  em questão conhece outra pessoa, fora da comunidade, e impõe-se contra esta tradição, causando um choque de culturas. E eu pergunto-me se isto, em pleno século XXI, ainda acontece. É mesmo possível que, a esta altura do campeonato, na sociedade que temos, ainda haja pais que combinem casamentos, que decidam pelos filhos, que não lhes permitam pensar pela própria cabeça e fazer a escolha da pessoa com quem vão passar a vida, com quem vão partilhar os seus sonhos, objectivos, com quem vão formar uma família? Isto é um perfeito atentado à liberdade de escolha e ao direito que cada um tem sobre a sua própria vida e questiono-me se ainda é uma realidade.

sábado, 21 de outubro de 2017

Da ficção nacional


De há uns anos para cá, já aparecem casais gay nas novelas portuguesas, o que considero ser um progresso na aceitação das pessoas com esta orientação sexual na sociedade. São integrados na ficção nacional como qualquer casal, mostrando-nos que têm vidas e relações iguais a toda a gente. Infelizmente, sei que há e sempre vai haver muito preconceito e homofobia, mas eu, pessoalmente, escolho ignorar a existência dessas mentes pequeninas e aplaudo a progressiva aceitação da diferença do considerado comum. Aplaudo também os actores que se sentem confortáveis em fazer estes papéis, que incluem carinho e beijos entre pessoas do mesmo sexo, é bom perceber que nem toda a gente neste país se sente repugnada com uma coisa que eu vejo como tão natural. Contudo, não posso deixar de reparar que aparecem sempre casais do sexo masculino e nunca feminino. Intriga-me. Talvez até já tenha surgido e eu, assim de repente, não me estar a lembrar, até porque não assisti a todas as novelas que já passaram na televisão. Porém, do que me lembro, não é costume aparecerem lésbicas e eu pergunto-me porquê. Principalmente, porque nesta sociedade machista, duas mulheres a trocar carinhos é sempre melhor aceite do que dois homens com o mesmo comportamento. Será que a razão é essa e a ideia é mesmo incutir nas pessoas a normalidade de um casal homossexual do sexo masculino?

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Séries \\ Orange is the new black


Sinopse: A série desenvolve-se à volta da história de Piper Chapman; esta é condenada a cumprir 15 meses numa prisão feminina federal por ter participado no transporte de uma mala de dinheiro proveniente do tráfico de drogas quando mais jovem, a pedido da sua ex-namorada, Alex Vause, que é uma peça importante num cartel internacional de drogas. O delito ocorreu há dez anos antes do início da série e, no decorrer desse período, Piper seguiu sua vida tranquila entre a classe média-alta de Nova York. Já no alto dos seus trinta e poucos anos, desfruta de uma felicidade sem turbulências ao lado do noivo Larry Bloom, deixando o seu passado sombrio de lado, até ele resolver voltar para assombrá-la. Para pagar pelos seus crimes, Piper resolve entregar-se e troca uma vida confortável pela prisão. Sugada por um universo laranja completamente distinto do seu, acaba por encontrar tensão e companheirismo num grupo de reclusas desbocadas, num local em que é impossível fugir, até de si mesma.

Daya a apontar uma arma a um dos guardas prisionais

A chegada da Piper à prisão

Nicky e Lorna

As sobreviventes do motim

Alex e Piper

A morte da Poussey

Opinião: Uma série que me viciou desde o primeiro episódio. Devorei as 4 temporadas de seguida, porque comecei a ver quando já tinham saído as temporadas completas (sim, demorei a render-me). Entretanto, saiu a 5ª e também vi tudo de seguida. É interessante, porque humaniza as reclusas, fala-nos do seu passado, das suas vidas antes da prisão, das relações familiares e amorosas, dentro e fora da prisão. Mostra-nos a realidade podre de algumas instalações prisionais, as condições decadentes e como os fundos, por vezes, vão parar aos bolsos errados. Aborda frequentemente a sexualidade e homossexualidade, os conflitos e choques entre etnias e o tratamento a que as reclusas são sujeitas por parte dos guardas. Enfim, recomendo vivamente.

domingo, 15 de outubro de 2017

Filas de supermercado


Há acontecimentos que podemos presenciar em qualquer supermercado, nomeadamente, a chico-esperteza de quererem marcar lugar na fila da caixa com os cestos/carros das compras. Pá, eu sei que é chato, minha gente, chegarem à caixa e notarem que se esqueceram de algum artigo. Contudo, não se deixa o carrinho na fila, enquanto vão buscar o que vos falta, atrasando quem está atrás. Também já me aconteceu e fico danada, mas lá pego no cesto e vou buscar o que me falta, voltando depois para o último lugar da fila. Hoje, cheguei à caixa e estava um cestinho, até já com dois produtos perto do tapete rolante, mas cá atrás. O casal que estava à frente estava a acabar de ser atendido e eu avancei, colocando as minhas coisas lá em cima. Entretanto, quando já tinha quase todas as compras postas, aparece uma mulher a dizer que estava atrás daqueles senhores. Eu disse-lhe "Pois, mas deixa aí o cesto e vai-se embora... paciência". Acho que ela não achou muita graça, mas não me tira o sono.

Separadas à nascença #15


À esquerda - Christian Serratos (Rosita, Walking Dead)
À direita - Naya Rivera (Santana, Glee)

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

As empresas e as drogas


Na empresa onde trabalho, como em tantas outras, fazem-se testes de despiste de drogas. E o que acho eu sobre isto? Não estou de acordo. Aliás, estou parcialmente de acordo. Existe um teste destes que é feito com um cotonete na boca, o que permite ao empregador perceber se o funcionário está, naquele momento, sob o efeito de drogas. Isso acho bem, é controlar o empregado durante o horário de trabalho, saber se ele não está a quebrar regras, se não se está a colocar a si próprio e aos outros em perigo. Até aí tudo bem. Porém, muitas empresas fazem este despiste através de análises ao sangue e à urina, o que remete estes resultados para consumos até vários meses antes. O que, a meu ver, é ridículo. Que direito têm eles de controlar o que as pessoas fazem fora do horário de trabalho? A mim, pessoalmente, não me afecta em nada, porque não consumo e estou tranquila. Fiz estes mesmos testes quando entrei. Mas acho um absurdo que obriguem as pessoas que trabalham para eles a abdicar de algo que fazem nos tempos livres e que não prejudica a empresa, nem o trabalho desempenhado. É uma medida que só faz com que percam, muitas vezes, bons funcionários, desnecessariamente. E deitam logo por terra as oportunidades que essas pessoas podiam ter ali. Não é por fumarem ganzas que são piores pessoas ou piores trabalhadores. Não apoio, nem encorajo quem fuma, mas acho que cada um é responsável pelo que faz e não afecta ninguém além do próprio. Não consigo entender este preconceito. Estas coisas deixam-me piursa.

sábado, 7 de outubro de 2017

Sabes que és pequena...

... quando tens que te pôr em bicos de pés e dar saltinhos para fechares o porta-bagagens do teu carro.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

It


Sinopse: Derry é uma pacata cidade do Maine, cuja rotina é abalada quando as crianças começam a desaparecer sem deixar rasto. Um grupo de miúdos, intitulado Losers Club (O Clube dos Falhados), não desiste de perceber o que se passa, instigados por Bill, o irmão mais velho de Georgie, uma das crianças desaparecidas. Assim, acabam por se ver obrigados a enfrentar Pennywise, o palhaço responsável pelos crimes.

Opinião: Fui ver este filme ontem ao cinema e adorei! Apanhei grandes cagaços, porque ver estes filmes no cinema é toda uma outra dimensão, aqueles barulhos repentinos fazem uma pessoa saltar da cadeira. Sempre achei os palhaços assustadores e este é, sem dúvida, arrepiante. Gostei de ver a história decorrer nos anos 80, miúdos numa biblioteca: roupas características da época, eles a deslocarem-se sempre de bicicleta. É engraçado ver um filme de terror cujos protagonistas são crianças, que enfrentam corajosamente uma entidade maligna. E a personagem do palhaço é brilhante! Para quem gosta deste género de filmes, sem dúvida que aconselho.

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Aniversário diferente


Ontem fiz 29 anos. E o meu aniversário foi passado no trabalho. Entrei às 15h30 e saí à 00h. Almocei com os meus dois meninos, porque fomos buscar o L. à escola. Mas foi tudo. Ontem foi, oficialmente, o primeiro dia a trabalhar. O primeiro dia com as mãos na massa. Primeiras impressões? A fábrica é gigante, não encontro o caminho para lado nenhum; 7 minutos de pausa desde que saio da linha até que volto não dá para nada; 30 minutos de refeição, desde que saio da linha até que volto obriga-nos a engolir a comida quase sem mastigar e correr de volta para o posto de trabalho, porque a linha arranca entretanto; puseram-me a aprender o que os meus colegas dizem ser a pior posição de todas. Tenho que andar sempre agachada, de joelhos e de rabo para o ar dentro do carro que vai na linha. Enquanto isso, outros colegas vão fazendo outras coisas à volta. O chão do carro cheio de fichas e eu a gatinhar lá por cima para encaixar peças e ligar fichas. Tenho as pernas, do joelho para baixo, completamente massacradas. E os músculos do corpo todos a latejar. Quando os meus colegas me disseram para tomar um Brufen ao fim do dia, não estavam a brincar! Foi cansativo e uma grande dose de informação. Tenho que saber que parafusos usar em cada encaixe, qual a ferramenta certa, alguns carros tenho que ler o código de barras, outro não, os encaixes são diferentes de modelo para modelo, se houver alguma peça em falta ou incompleta, tenho que carimbar uma folha. Tudo com a linha em andamento, quando entro no carro estou cá atrás, quando saio já estou noutro sítio e isso ainda me faz confusão, porque me perco. Prevejo dias difíceis nestas primeiras semanas!

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Formadores e o respeito


Ontem iniciei o novo emprego. Todos os grupos que entraram para ali desde fevereiro tiveram uma semana de formação, antes de ingressar nos respectivos postos de trabalho. O meu grupo foi o único que não teve direito a isso. Ontem tivemos um dia de formação flash, com a informação concentrada ao máximo e hoje uma manhã inteira a ter formação de segurança e a assinar contratos. À tarde já fomos conhecer os sítios onde íamos ficar, a equipa, o team leader. E porquê? Estão a necessitar urgentemente de pessoas para começar imediatamente. De maneira que vamos ser já injectados onde estamos a fazer falta e aprender directamente com quem já lá está. Lançados aos lobos, portanto. 

De qualquer forma, estou a desviar-me do assunto, porque não era disso que vinha falar hoje. Mas sim da experiência que tenho com formadores. Entre ontem e hoje tivemos duas formadoras, entre mais umas pessoas de recursos humanos e outros departamentos a dar-nos alguns esclarecimentos. E éramos um grupo, na sua esmagadora maioria, de mulheres. Uma raridade naquela empresa, o que deu para comprovar na visita guiada, bem como na reacção de todos os funcionários que interagiram connosco e se mostraram muito surpreendidos por ver tanta mulher a entrar. E claro que, sendo um grupo maioritariamente feminino, era bastante mais barulhento. Eu sou uma pessoa que fala alto, geralmente, que sou, confesso. Mas acho que, por uma questão de bom senso, há que saber adaptar-mo-nos ao ambiente e ao local. Por isso, regra geral, neste contexto, faço parte do grupo mais discreto, mais calado e mais atento. Mas nem toda a gente é assim e nestes dois dias pude comprovar mais uma vez aquilo que já tenho vindo a verificar ao longo da minha vida (desde os tempos de estudante, até depois de ter entrado no mercado de trabalho): as pessoas não sabem respeitar.

Acho de uma tremenda falta de respeito a formadora estar a falar para o grupo e estarem a falar entre si ou até mesmo de um lado para o outro da sala, abafando o discurso e não permitindo que todos a oiçam. Primeiro, estão a impedir os colegas de ouvir tudo o que está a ser dito e segundo, não vão captar toda a informação e depois é assim que surgem as perguntas cujas respostas ela já deu. E isto levanta a questão: quão irritante deve ser para uma formadora estar a responder à mesma pergunta 1001 vezes? Por vezes, mesmo não estando de conversa, a malta parece que não ouve! Pergunta, pergunta e volta a perguntar a mesma coisa. É tão, mas tão frustrante. Outra coisa que é também falta de respeito são as gargalhadas. Começarem a rir-se por tudo e por nada. Principalmente, por coisas infantis, como o quão traiçoeiro é o português (sei que o é e que as mentes são maldosas, mas há que saber distinguir uma brincadeira bem metida na hora certa do exagero e inconveniência). Não somos crianças, gente, não estamos na escola e certas coisas deixam de ser engraçadas quando somos adultos a agir como putos. Não, ok? Não é bonito e não tem piada. Formadores por este Portugal fora, estou solidária convosco!

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Não toquem nos meus filhos!

Quando se metem com os nossos filhos, pelo menos acho que todos os pais devem ser assim, e falo por mim, viramos bichos. Queremos fazer tudo para os proteger, para passar uma borracha pelas mágoas e problemas deles. Queremos defendê-los com unhas e dentes do mundo, mas nem sempre é possível. Agora, que sou mãe, sei o que é sentir isso. Mas quando era miúda, não sabia. O meu pai, no entanto, sabia; e julgo que para os homens é uma afronta que os faz cegar meterem-se com as meninas deles. Quando tinha 13/14 anos, estava de conversa com um amigo à porta do café aqui perto de casa e era mesmo só isso que éramos: amigos. Era um convívio inocente e estávamos sossegados até aparecer um grupo relativamente grande de gajos (miúdos entre os 14 e os 18 anos, mais coisa menos coisa), que começaram a meter-se connosco. Começaram por pedir uns trocos para beber café ao rapaz que estava comigo e, quando ele disse que não, pediram o telemóvel "emprestado" para ligar a não sei quem. Ele disse que não tinha telemóvel, mas via-se no bolso das calças, o que foi logo motivo para implicarem com ele. Depois, perguntaram se éramos namorados, o rapaz disse que não, mas não desistiram, começaram a dizer que era mentira, que estávamos ali sozinhos, que éramos namorados e para nos beijarmos... todo um filme. Lá acabaram por se cansar de nos intimidar e foram embora. Poucos dias depois, vi o mesmo grupo a passar à frente da rua onde eu morava, quando ia a sair. Não cheguei a sair, eles viram-me, eu dei meia volta e entrei em casa. Eles entraram na rua e passaram pela minha casa, mas, como não me viram, foram embora. Eu já tinha contado o episódio anterior aos meus pais e, nesse dia, disse-lhes que eram aqueles rapazes. O meu pai saiu de casa, a ferver! Só bem mais tarde, já mais velha, é que vim a saber que foi atrás deles. Encontrou-os no jardim aqui da vila e dirigiu-se ao mais velho, que já devia ter os 18 anos. Os outros estavam todos mais ou menos escondidos, mas o meu pai viu-os. No entanto, foi só para aquele que falou: "Vocês tiveram o azar de se meter com a minha filha já por duas vezes", ao que ele negou. Mas o meu pai cortou-lhe logo a palavra: "Nem vale a pena dizeres que não, porque eu sei que foram vocês. E eu estou a ver os teus amigos, ali, ali e ali e nenhum deles tem cara para levar uma chapada, mas tu já tens. Se tens o azar de acontecer alguma coisa à minha filha, que eu saiba, mesmo que não tenhas sido tu, vou atrás de ti e apanhas. Estás avisado". Foi remédio santo. Aquilo era um grupo de uma terra aqui perto, que andavam por cá naquela altura a chatear as pessoas, eu não fui a única. Aquela ameaça foi suficiente para irem chatear outra freguesia, porque não voltaram a aparecer por cá.

Refúgio

Sempre fui uma pessoa saudosista. Sempre fui muito de fotografar tudo para ter memórias físicas de todos os momentos. Mas desde que acontece...