quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Filho de pais separados

Há por aqui alguém nesta situação? O meu filho nunca conheceu a realidade de ter os pais juntos. Sempre em casas diferentes e nunca enquanto casal. O pai emigrou há mais de três anos. Vem cá pontualmente. E, para mim, à medida que ele vai crescendo, as coisas só pioram. Não existe muito acordo quanto ao que é melhor para ele. Quando o pai dele cá está, digo-lhe como deve proceder e ele poucas vezes faz o que lhe digo. Muita coisa faz que eu acho errado. É pai dele? Sim. Mas só o vê duas vezes por ano, não é normal que EU, que cá estou com o padrasto dele, saiba o que é melhor? Nós é que o acompanhámos ao longo do infantário, passamos por todas as fases com ele, estivemos presentes quando largou as fraldas e a chucha, sabemos o que ele come, o que gosta, a quantidade que é suficiente para ele ficar satisfeito, os hábitos e rotinas. Nós é que vamos com ele ao médico, acompanhamos todos os exames. Nós é que estivemos no hospital com ele quando esteve internado por ter meningite viral. Nós é que lhe damos banho, criamos rotinas e impomos regras. O meu filho é uma criança que facilmente fica doente, apanha uma brisa e constipa-se logo. Coisas como andar só de meias no chão não podem acontecer. Há muita coisa na maneira como o pai dele lida com o meu filho que me faz espécie. Desde coisas sem importância como vestir-lhe roupa que já está pequena para ele, a coisas graves, como esquecer-se de lhe mandar lanche para a escola. Sim, porque este ano decidiu que, como a criança entrou para a pré, queria acompanhar a entrada do ano lectivo. Veio, ficou com ele meia dúzia de dias e foi isto que aconteceu. Entre muitas outras coisas que não vou explorar aqui por não vos querer maçar com a minha vida pessoal e porque seria uma lista interminável. Ser pai biológico dele e mandar dinheiro todos os meses não é suficiente para conhecer o filho. Caraças, que só de pensar que terei de lidar com isto a vida inteira faz-me urticária!

4 comentários:

  1. Lamento, eu sei que tu é que acompanhas o teu filho, mas não podes ensinar ao pai a ser pai. Podes corrigi-lo, solicitar que mude algumas atitudes... mas se ele apenas vê o filho duas vezes por ano, certamente que quer apaparicar o filho de forma despreocupado, sem pensar nas regras que tu julgas serem certas (e que certamente serão certas, não coloco isso em causa). Relaxa. :)

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  2. S*

    há coisas que eu, por mt que ache q ele não devia fazer, acho q é normal por mal o ver. Outras, para mim, são graves, como esquecer-se de mandar comida ao filho. E outras q tais. Sabes, foi opção dele sair do país, ninguém cá tem culpa disso, a obrigação dele é manter ao máximo as rotinas do filho. Coisas que põem a saúde do pequeno em causa são para mim muito importantes. Ai ai, relaxo... ser mãe é um stress, sabias? :p

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  3. Infelizmente há pessoas que não foram destinadas para serem pais. Ás vezes nem é por mal, outras de propósito para chatear a mãe embora quem acabe por sofrer é a criança...Mas concordo contigo, deve ser um stress..mas olha acho que só te resta aprender a lidar com isso...

    Beijinho*

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  4. Cy, mas tens de lhe dizer aquilo que o filho não pode comer, se é alérgico a algo, por exemplo. Isso são questões de saúde, questões importantes. Agora ceder aos caprichos das crianças de vez em quando não me parece errado - desde que não seja mau para a criança, óbvio. Um hambúrguer, umas batatas fritas, não fazem mal, por exemplo, se forem dadas pouco frequentemente.

    Mas, como não sei a que te referes, calo-me!

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