"Alguém que me conheça, que me compreenda, que me oiça. Que tenha o ombro disponível para eu chorar quando preciso, que me apoie quando tenho razão e que me descomponha quando estou errada. Que conheça as minhas manias, até à mais irritante… e, ainda assim, não veja motivo para gostar menos daquilo que sou. Que seja capaz de amar e proteger o meu filho e servir de exemplo para ele. Que me ajude a crescer, que seja capaz de estar numa relação em que ambos sejam tanto professor, como aprendiz. Que seja capaz de ver um filme ou ouvir uma música e dizer que não faz o meu género ou que é a minha cara. Que conheça o meu gosto patético por romances lamechas e a minha tendência para corrigir os outros (erros ortográficos partem-me o coração). Que tenha uma boa dose de parvoíce e que seja capaz de me fazer rir. Alguém a quem não consiga mentir, que leia a verdade nas minhas expressões, que saiba o que vou dizer ainda antes de o fazer. Que conheça as minhas opiniões e que as respeite. Que não tenha medo de me dizer o que pensa e que esteja disposto a conhecer os meus amigos. Que não me julgue pelo meu passado, nem se guie por aquilo que ouve. Que seja sensato, maduro e tenha os pés bem assentes na terra. Que tenha uma boa noção de responsabilidade, mas que se saiba divertir. Companheirismo, amizade, paixão, cumplicidade, compreensão, lealdade, frontalidade, diversão."
Escrevi isto há dois anos, como parte de um post, numa altura em que julgava não ser possível voltar a amar; em que tinha a certeza absoluta que não voltaria a saber fazê-lo e que não havia ninguém capaz de quebrar a minha barreira protectora. Estava errada.
Encontrei alguém, por puro acaso, que encaixa na perfeição na descrição que há dois anos fiz da minha pessoa ideal. Afinal, ele existia e acabou por aparecer. Foi a primeira vez, em anos, que não rejeitei a possibilidade de uma aproximação, que não coloquei nenhuma barreira. E não me arrependo.
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
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