Antes de completar os dois anos, a Alice foi encaminhada para a consulta de desenvolvimento, principalmente porque não dizia uma única palavra. Lá e após mil perguntas, o que a médica me disse foi que, não sendo taxativo, os sinais apontavam para perturbação do espectro do autismo.
O que se seguiu foi pesquisar sobre sinais que eu nem sabia que podiam alertar para isso até ir àquela consulta, falar com mães de meninos no espectro, entender o porquê de alguns comportamentos da minha filha e esperar pelo contacto da equipa de Intervenção Precoce.
Neste momento, ela está a fazer terapia ocupacional dois dias por semana, um com a terapeuta da IP e outra num centro de desenvolvimento aqui da zona. Ambas me dizem o que eu também achava, que ela não tem nada severo e que pode ser "apenas" um atraso no desenvolvimento.
Efectivamente, noto alguma evolução nela, por conta do trabalho que tem feito com as terapeutas e comigo, que vou seguindo as indicações delas. Não estou a trabalhar e se, por um lado, isso me traz dissabores, porque preciso de um ordenado ao fim do mês, por outro, pelo menos, permite-me acompanhar a minha filha. Infelizmente, não tenho folga financeira para poder abdicar da procura de emprego para me dedicar totalmente a ela, mas faço o que posso.
Entendi que ela precisa de rotinas mais restritas do que as outras crianças e que fugir dessas mesmas rotinas altera automaticamente o comportamento dela. Ao contrário do meu filho mais velho, que ia comigo para todo o lado a qualquer hora, adaptando-se relativamente bem a alterações na vida dele, ela precisa é que nós nos adaptemos totalmente a ela para uma vivência harmoniosa. Da mesma forma, não a deixo tantas vezes com os meus pais (como fazia com o Leo) e zero vezes com os meus sogros (com estes últimos, nem ela quer ficar) por todo o trabalho e dedicação que ela requer.
Tudo com ela é puxado a ferros e muito trabalhado e o que antes pensava ser só preguiça, agora entendo que pode ser um pouco mais do que isso e que tem mesmo que ser assim. O que vem naturalmente para as outras crianças, com ela tem que ser ensinado. E trabalhando a relutância dela.
Aceitei com serenidade que a minha filha não tem a mesma facilidade em certas coisas do que os outros meninos e que o desenvolvimento dela não é igual ao das outras crianças. Cada pequena conquista sua é uma grande vitória para nós, que festejamos com entusiasmo. E está tudo bem.
ums amigos têm um filho que não disse uma palavra até aos dois anos. foram ao médico, também com esses receios, e o medico disse que ele era só preguiçoso. agora com três anos, vai começado a dizer qualquer coisa, mas ainda muito pouco. mas parece um miúdo normal, para além disso.
ResponderEliminaro teu caso pode ser um pouco diferente, mas ainda assim pode não ser nada de grave e, com paciência, vai lá. coragem, que tudo há-de ficar bem :)
Sei que nem todos os miúdos desenvolvem ao mesmo ritmo, mas não é só a fala e também não fui eu que procurei ajuda porque era isso mesmo que tinha em mente, que devia ser preguiça. Foram os médicos que nos foram encaminhando. E ela tem de facto um atraso no desenvolvimento global. Mas, sim, pode não ser grave, que não parece que seja. Um passo de cada vez ;)
EliminarOlha, tenho uma prima que aos dois anos também não falava nada. Foram a ver e era algo nos ouvidos.
ResponderEliminarSei de várias histórias assim.
Espero que tudo se resolva com a pequena. Não estou a dizer que é isto ou aquilo, mas que corra tudo pelo melhor.
Beijocas
Cada criança tem ritmos diferentes, Muita força e coragem! Vai tudo correr bem!
ResponderEliminarBeijos e abraços.
Sandra C.
Bluestrass
Não somos todos iguais e cada criança acaba por ter o seu ritmo.
ResponderEliminarMuita, muita força, porque Amor não falta!
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