terça-feira, 3 de outubro de 2017

Formadores e o respeito


Ontem iniciei o novo emprego. Todos os grupos que entraram para ali desde fevereiro tiveram uma semana de formação, antes de ingressar nos respectivos postos de trabalho. O meu grupo foi o único que não teve direito a isso. Ontem tivemos um dia de formação flash, com a informação concentrada ao máximo e hoje uma manhã inteira a ter formação de segurança e a assinar contratos. À tarde já fomos conhecer os sítios onde íamos ficar, a equipa, o team leader. E porquê? Estão a necessitar urgentemente de pessoas para começar imediatamente. De maneira que vamos ser já injectados onde estamos a fazer falta e aprender directamente com quem já lá está. Lançados aos lobos, portanto. 

De qualquer forma, estou a desviar-me do assunto, porque não era disso que vinha falar hoje. Mas sim da experiência que tenho com formadores. Entre ontem e hoje tivemos duas formadoras, entre mais umas pessoas de recursos humanos e outros departamentos a dar-nos alguns esclarecimentos. E éramos um grupo, na sua esmagadora maioria, de mulheres. Uma raridade naquela empresa, o que deu para comprovar na visita guiada, bem como na reacção de todos os funcionários que interagiram connosco e se mostraram muito surpreendidos por ver tanta mulher a entrar. E claro que, sendo um grupo maioritariamente feminino, era bastante mais barulhento. Eu sou uma pessoa que fala alto, geralmente, que sou, confesso. Mas acho que, por uma questão de bom senso, há que saber adaptar-mo-nos ao ambiente e ao local. Por isso, regra geral, neste contexto, faço parte do grupo mais discreto, mais calado e mais atento. Mas nem toda a gente é assim e nestes dois dias pude comprovar mais uma vez aquilo que já tenho vindo a verificar ao longo da minha vida (desde os tempos de estudante, até depois de ter entrado no mercado de trabalho): as pessoas não sabem respeitar.

Acho de uma tremenda falta de respeito a formadora estar a falar para o grupo e estarem a falar entre si ou até mesmo de um lado para o outro da sala, abafando o discurso e não permitindo que todos a oiçam. Primeiro, estão a impedir os colegas de ouvir tudo o que está a ser dito e segundo, não vão captar toda a informação e depois é assim que surgem as perguntas cujas respostas ela já deu. E isto levanta a questão: quão irritante deve ser para uma formadora estar a responder à mesma pergunta 1001 vezes? Por vezes, mesmo não estando de conversa, a malta parece que não ouve! Pergunta, pergunta e volta a perguntar a mesma coisa. É tão, mas tão frustrante. Outra coisa que é também falta de respeito são as gargalhadas. Começarem a rir-se por tudo e por nada. Principalmente, por coisas infantis, como o quão traiçoeiro é o português (sei que o é e que as mentes são maldosas, mas há que saber distinguir uma brincadeira bem metida na hora certa do exagero e inconveniência). Não somos crianças, gente, não estamos na escola e certas coisas deixam de ser engraçadas quando somos adultos a agir como putos. Não, ok? Não é bonito e não tem piada. Formadores por este Portugal fora, estou solidária convosco!

4 comentários:

  1. Gente que não sabe estar... triste.

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  2. Isso só mostra o quanto estamos rodeados de gente infantil e mal formada. E percebo muito bem essa frustração porque dei formação durante vários anos.

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  3. Estou de volta, pelo menos tentar a meio gás =)

    Também odeio isso. Seja com quem for. Eu então, calo-me e gosto de dar atenção às pessoas que estão a falar. Ainda para mais num trabalho.

    Beijocas

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