Há cerca de duas/três semanas, vi, finalmente, um filme que andava para ver há imenso tempo, o último da trilogia de Jesse e Celine. Não fiz logo um post sobre o filme e como depois aconteceu o que aconteceu, acabei por me esquecer de falar sobre isso aqui no blog. Portanto, cá vai e aproveito para falar também de um filme que vi ontem e que também já estava na lista a ganhar pó!
Sinopse: Em “Before Midnight”, Jesse e Celine vão passar uma temporada na Grécia, onde encontram alguns amigos. Nas últimas horas da viagem, porém, o casal decide caminhar sozinho, e depois de muitos anos juntos, sentem, que enfim, pararam para pensar, analisar sobre tudo o que viveram até ali. Questões como “e se tu não tivesses falado comigo naquele comboio?” são colocadas em pauta, a análise de uma vida que poderia não ter acontecido se não fosse aquele dia. Discutem sobre os anos que passaram juntos e, principalmente, sobre as escolhas que fizeram, além, é claro, de discutir o futuro, onde Celine deseja mudar de cidade devido a uma óptima oportunidade de trabalho, enquanto que Jesse pensa em viver ao lado do seu filho, pois não consegue parar de pensar em todos os momentos em que tem sido um pai ausente. E essas questões fazem o casal parar para reflectir se devem mesmo continuar juntos.
Opinião: Em primeiro lugar, acho incrível esta trilogia ter demorado 18 anos a ser concluída, pois dá-nos a oportunidade de observar o quanto os personagens mudam (fisicamente também). Não é uma típica história de amor de Hollywood, acho que é uma história bastante realista, que os separa por largos anos, que os volta a juntar e que traz à tona todos os problemas de um casal da vida real e que poucas vezes é retratado nos filmes. Os diálogos são crus, reais e faz-nos reflectir sobre tudo: infância, morte, filhos, amor... e todas as escolhas que fizemos ao longo da vida, o rumo que a nossa vida tomou, ao mesmo tempo que nos questionamos se tomámos a direcção certa. O facto de a história de Jesse e Celine ser retratada ao longo de três filmes, em épocas e cenários diferentes, dá aos espectadores a oportunidade de ver o quanto a passagem do tempo pode afectar uma relação e também como esta evolui. Não é um filme arrebatador, mas é o culminar de vários anos, e é interessante ver como desenvolve a partir do primeiro (que, para mim, é o melhor!). Aproveito para dizer que estes dois actores foram absolutamente fantásticos ao longo dos três filmes!
Sinopse: Conhecemos Charlie quando inicia o ensino secundário. Solitário, não consegue interagir com outras pessoas, além de ter que conviver com alguns dramas do passado como a morte de seu melhor amigo e de sua tia, a pessoa que mais o inspirava. Sente que não faz parte daquele mundo e a única pessoa com quem consegue conversar é seu professor de inglês. Até que tenta forçar amizade com um dos finalistas, o carismático Patrick, que logo o apresenta a seu grupo, o grupo dos desajustados, jovens não populares que seguem seus próprios caminhos. É neste grupo que ele conhece também Sam, por quem se apaixona. Pessoas que o fazem sentir finalmente vivo, que lhe provam o que é amizade e juntos enfrentam os dilemas dessa fase, do uso de drogas, homossexualidade, sexo, onde tudo é novidade e tudo é muito mais intenso.
Opinião: Tinha algumas reticências relativamente a este filme, como tenho em todos aqueles que envolvem adolescentes. Mas dou sempre uma oportunidade. E neste não me arrependi, pelo contrário. Não se trata de apenas mais um filme do género, mas sim com mais profundidade e complexidade do que isso. Faz-nos viver os problemas destes miúdos como se também nós sentíssemos com a intensidade com que eles sentem. Trata de vários assuntos sérios e sempre actuais (homossexualidade, pedofilia, bullying) e nunca de forma superficial; faz ver que os adolescentes podem gostar de muito boa música (muito para além das novidades comerciais que vão surgindo). Os elementos saudosistas como as cassetes e os vinis também nos remetem para outros tempos. Ainda se pode dizer que, para além de todo o drama que envolve cada uma das personagens individualmente e enquanto grupo, tem a parte divertida dos personagens; eu adorei a interacção do Patrick com a Sam, acho que são interpretações muito bem conseguidas e os personagens encaixam na perfeição!