domingo, 12 de abril de 2020

Movie review \\ O Milagre da Cela 7


Sinopse: Conta a história de um pai com deficiência intelectual, que é preso injustamente pelo homicídio da filha de um comandante, tendo que provar, a partir daí, a sua inocência para regressar para junto da sua própria filha. O filme da Netflix foi produzido na Turquia e é um dos remakes do original sul-coreano lançado em 2013.





Opinião: Não sou muito de aderir às coisas da moda, mas desta vez, e estando de quarentena, já não podia ouvir o mundo a falar deste filme... e fui ver também. Partilho da opinião geral, é bonito. É uma história tocante de amor e inocência. A relação de pai e filha é pura e enche-nos o coração. Não acho que seja um filme triste, tem cenas tão bonitas. Claro que foi feito para carregar em todos os botões certos para pôr os espectadores a chorar, mexe com as emoções. Revolta-nos a injustiça, principalmente por ser contra alguém indefeso como uma criança. Eu gostei e recomendo, sem dúvida. Mas faço parte do pequeno grupo de pessoas que não chorou ao assistir. Apesar de já me terem dito que só uma pessoa insensível consegue não chorar... não caiu uma única lágrima!

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Throwback

Quem me lê há algum tempo e com alguma atenção, provavelmente, já percebeu que sou uma pessoa nostálgica por natureza. Apesar de ter vivido inúmeros momentos felizes em todas as fases da minha vida, assumo que os melhores anos foram os anos da minha adolescência. Reconheço que a evolução dos tempos nos trouxe imensas coisas boas, mas o final da década de 90 e início de 2000 ficaram-me no coração. Se me dessem a oportunidade de voltar atrás no tempo e só pudesse escolher uma época, seria, sem dúvida, essa. Voltava já hoje. E sem saber o que sei hoje, porque perdia toda a graça.

Assim, tudo o que me remete para aquela época tem um lugarzinho especial na minha memória. Confesso que a série Morangos com Açúcar é uma dessas coisas. Não as últimas temporadas... mas as primeiras, com destaque na primeiríssima, que saiu há 17 anos, com o João Catarré e a Benedita Pereira como protagonistas. A NOS Play disponibilizou a 1ª temporada e agora, com toda uma quarentena a acontecer, volta e meia, vou dar uma espreitadela aos episódios. E baixa em mim a adolescente que assistia aos Morangos todos os dias depois da escola. 

Estas são algumas das músicas que integravam a banda sonora da 1ª temporada. Quem se lembra?








Ao mesmo tempo, olho para as personagens e revejo totalmente a nossa forma de vestir com aquela idade. É curioso, porque não tem nada a ver com o que se vê agora. Por exemplo, em ambiente de ginásio, a indumentária eram calças de fato de treino largas e t-shirts, basicamente. Hoje em dia, existe toda uma moda em torno dos outfits de treino, com padrões giros, frases e tudo a condizer. 


Os ganchos metálicos que as moranguitas usavam no cabelo (usei tantos!), muitas vezes a condizer com a roupa (bem como os elásticos). Os rapazes de calças largas e as meninas de bermudas (e calças largas também! Nada de skinny jeans). Lenços e fitas largas na cabeça, muitos tops de alças, muito neón nas cores das roupas, barriguinhas à mostra, relógios grandes e coloridos. E CDs! Tão obsoleto agora...

Vá... confessem-se, quem aqui era fã dos Morangos?

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Oficialmente louca

Tenho estado ausente nos últimos dias, apesar de estar por casa e com mais tempo livre, por um motivo simples. Sinto a cabeça a latejar com tudo o que se está a passar. E parece que me faltam as palavras. Eu já passava o meu tempo em casa, um bocado presa, trabalhando como ama. Mas agora... mudou tudo. Este fantasma do corona assombra as nossas vidas. Há 3 semanas consecutivas que não saio de casa. A única pessoa que sai é o meu marido quando é necessário. E, até agora, para trabalhar. Foi despedido entretanto, como todos os temporários da empresa. Como tantos outros neste momento pelo país fora. As redes sociais estão cheias até à boca de publicações, notícias, opiniões sobre este assunto. 

De um lado, pessoas que opinam que nos queixamos de barriga cheia por ter que estar em casa numa era com tanto acesso à Internet, com serviços de streaming, com imensos canais, concertos e visitas guiadas online, com entrega de compras em casa e com a possibilidade de, basicamente, podermos fazer toda a nossa vida virtualmente. Por oposição, há as que já não aguentam a falta de liberdade, dos passeios de fim-de-semana, a impossibilidade de abraçar família e amigos. Pessoas que se queixam da pressão do teletrabalho e no reverso da moeda, aquelas que perderam os seus empregos, sem saber o que será daqui para a frente a nível financeiro. Pessoas que dizem estar a dar em doidas 24/7 com os filhos e outras a dizerem que davam tudo para estar com os seus ou ainda que "se não queriam aturá-los, não os fizessem".

Sempre que o meu marido precisa sair, sinto-me paranóica quando ele entra em casa, troca roupa, tira sapatos, lava mãos, desinfecta. E as notícias... usa máscara, não usa máscara, usa luvas, não usa luvas. Quando ele traz compras, é uma sangria desatada a desinfectar as coisas, a tirar das embalagens, é o pão que nunca fica no saco onde é comprado, é o desinfectar a mesa onde se pousou os sacos, é lavar as mãos sempre que se mexe em dinheiro.

É ter que fazer compras grandes de uma só vez para não ter que sair frequentemente ou fazer online com um mês de antecedência para que as coisas cheguem na altura necessária. É pensar a toda a hora se estamos a fazer tudo bem e se não deixámos passar nada, com a cabeça a mil.

Nem consigo expressar uma opinião concreta sobre o estado de emergência, as medidas tomadas, as atitudes das pessoas, o uso devido ou indevido dos equipamentos de protecção, o mundo como ele está... sinto o meu cérebro a dar nó atrás de nó, num emaranhado de pensamentos sufocantes e que não me deixam respirar... como se tivesse um milhão de vozes a gritar dentro da minha cabeça que me impedem de pensar claramente.

Sou a única?

Refúgio

Sempre fui uma pessoa saudosista. Sempre fui muito de fotografar tudo para ter memórias físicas de todos os momentos. Mas desde que acontece...