sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Ser mulher

Parte da novela da TVI Valor da Vida passa-se no Líbano e, por isso, dá-nos oportunidade de ver o que todos nós sabemos: o significado de ser uma mulher muçulmana. Uma das famílias desta novela sempre viveu no Líbano, sendo agora uma mãe e duas filhas adultas. Uma delas apaixonou-se por um muçulmano e iludiu-se durante muito tempo, julgando que seria feliz ao casar-se com ele. Obviamente, não foi o que aconteceu. Assim que casaram, ela passou a ser propriedade do marido. Durante uns meses, ela ainda resiste, batendo o pé que quer sair de casa sozinha, viajar para ver a família, trabalhar em moda e ter uma carreira... Mas desiste de enfrentar o marido e a sogra quando lhe começam a bater, depois de a trancarem em casa.


O que me arrepia nesta história é que é o espelho do que se passa na realidade. A verdade é que lá, após o casamento, a mulher pode ser presa, agredida, violada... sem ter a que recorrer. E tudo isso é visto como normal, pois a mulher é um cidadão de segunda classe, que só existe para servir o homem.

A mulher adúltera pode ser facilmente morta pelo marido, com todo o direito, segundo as leis libanesas. O contrário já não acontece, pois se a esposa matar o marido infiel, é condenada a prisão perpétua ou morte por enforcamento.

Não podem viajar sozinhas, nem sem autorização do marido. Existe uma lei da proibição para isto mesmo, o que faz com que muitas mulheres nunca consigam sair destas relações, pois nem possibilidade de fugir do país têm.

Há toda uma série de coisas naquela sociedade que, mesmo eu sabendo que é assim, ainda me choca sempre que oiço falar no assunto. Não me cabe na cabeça como é que um país (vários, até!) pode ainda ser tão atrasado nesta altura do campeonato. Como é que pode considerar um ser humano tão inferior a outro? É muito revoltante... e tenho imensa pena das mulheres que têm que o ser nesses países!

2 comentários:

  1. Há um filme já com bastantes anos com a Sally Field chamado Not without my daughter, em que ela faz de mulher americana que se casa com um homem muçulmano que as tantas faz de tudo para conseguir fugir do marido e do país em que vive. Vale muito a pena ver!

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  2. Partilho da mesma opinião, desde que li o livro "Vendidas" e depois "Promessa a Nádia" que é uma espécie de continuação que fiquei desperta para essa triste realidade, desde aí já li muitos livros do género baseados em histórias verídicas e revolta-me imenso saber que existem essas situações nos dias de hoje.

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