quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Mais um inquilino


Há uns dois anos, mais coisa, menos coisa, tivemos uma amiga nossa a viver cá em casa connosco. Estava a separar-se da pessoa com quem estava, tinha uma situação familiar complicada e precisava de ajuda e um sítio para ficar.  E ficou cá cerca de um ano. Acordámos que a roupa dela iria a lavar com a nossa; a comida, essa, seria ela a comprar ao gosto dela, sendo que lhe reservávamos espaço no frigorífico e na despensa para guardar as suas coisas. Podia usar o resto da casa livremente, afinal, era nossa amiga e convivia connosco. Agora, passamos pela mesma situação. Temos um amigo a separar-se da namorada e estava à procura de um quarto para ficar durante uns curtos meses, enquanto procura casa. Ele não nos pediu nada, mas eu e o B. estamos a tentar estabilizar as nossas finanças e pusemos essa hipótese em cima da mesa. É um sacrifício que vamos fazer, mas... o dinheiro extra dá-nos imenso jeito. E, vejamos, o rapaz trabalha nas horas (e dias) em que estou em casa e está em casa quando eu estou a trabalhar, de maneira que não nos vamos cruzar muito. O acordo com ele foi incluir a comida no valor mensal e as regras são simples: se acabar com algum artigo alimentar ou de higiene, informa-nos; não fumar dentro de casa; não fazer barulho à noite, depois de o meu filho se deitar; não andar calçado em casa; avisar-nos se quiser receber alguém (que ele disse logo que não tencionava receber, pois não se sente à vontade, já que a casa é nossa). Não posso andar só de roupa interior; intimidade restrita ao quarto ou aos horários em que estamos só nós; temos que gerir a comida que há em casa por mais um; temos que arranjar espaço no WC para as coisas de mais uma pessoa. Sim, temos que nos adaptar, é verdade. E ele também, calculo, porque dividir casa com um ou dois amigos não é a mesma coisa que viver em casa de um casal com um filho. Mas é um sacrifício que nos vai trazer benefícios, é apenas por uns meses e, se conseguimos com uma amiga durante um ano, agora também iremos conseguir. E vocês, seriam capazes de viver assim?

3 comentários:

  1. Vivo numa casa q tem tanto espaço que não me incomodaria nada essa situação. Sempre tive esses exemplos cá em casa. Ainda não era nascida e os meus pais albergaram durante 6 meses um casal de ciganos com 3 filhos. Depois de eu nascer tb cá viveu uma prima de uma amiga durante 7 anos e ainda me lembro de aos domingos vir tomar banho ca a casa um dos primeiros vendedores da revista cais que a minha mãe conheceu por acaso no comboio do cais do sodre. Por isso quando se vive com estes exemplos é fácil ser solidário. Ainda bem q es assim e transmites esses valores ao teu filho.

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  2. Tendo em conta o tamanho da minha casa não sei se seria capaz de viver tanto tempo assim. Claro que ajudaria alguém durante algum tempo (já tive a minha mãe cá em casa numa altura bastante má do seu relacionamento com o meu pai) mas durante tanto tempo não daria para mim. Prezo muito o meu espaço privado e, mesmo sem ser de propósito, todos os intervenientes restringem muitas coisas. Gosto de chegar a casa e ter o meu tempo à vontade. O que não invalida que seja capaz de ceder o meu 2º quarto por umas semanas, para ajudar alguém.

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  3. Acho que tudo depende do tipo de relação que tens com a pessoa, se são amigos, acho que é vosso amigo acho que é possível aguentar a situação uns meses, além disso, além de ajudares ainda ganhas um extra e ajudas alguém!

    Bjxxx
    Ontem é só Memória | Facebook | Instagram

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