quarta-feira, 5 de setembro de 2018

A minha biblioteca \\ O Décimo Círculo


Sinopse: Daniel Stone era o único rapaz branco da vila esquimó do Alasca onde a mãe dava aulas. Por ser diferente, todos troçavam dele sem misericórdia e ele retribuiu tornando-se o pior dos adolescentes, roubando, bebendo e assaltando, até um dia deixar a vila. Quinze anos depois, Daniel é uma pessoa totalmente diferente: um pai calmo e atencioso, autor de banda desenhada, casado com uma professora que dá aulas sobre Dante e o seu Inferno. Trixie, a filha de ambos, é tudo para Daniel.

Mas toda esta calma é perturbada no dia em que Trixie é violada numa festa e Daniel começa a debater-se novamente com uma impotência e uma raiva que podem destruí- lo a si e à sua família.

O Décimo Círculo questiona até onde somos capazes de ir por alguém que amamos e quantas vezes somos capazes de nos reinventar até os nossos erros desaparecerem para sempre ou voltarem para nos assombrar quando menos esperamos.

Mas este livro mostra que existe mais do que uma maneira de contar uma história. No livro encontramos também a banda desenhada de Daniel Stone que conta a história de uma rapariga que é raptada pelo diabo e levada para o inferno de Dante, e do pai que literalmente desce ao inferno para salvá-la.

Este livro viaja desde os corredores de um liceu moderno até uma vila isolada no Alasca, e do inferno até ao coração desfeito de um pai.


Opinião: Apesar de estar a incluir aqui O Décimo Círculo, posso alertar já que não é dos melhores que já li. Gosto dos temas que aborda e a simbiose do inferno de Daniel e o inferno de Dante é top, muito interessante. Fala de vários temas fortes e isso é bom, levando-nos a reflectir sobre eles, mas não dá tempo, ao longo da história, de aprofundar cada um dos temas adequadamente, porque acabam por ser muitos para tão pouca intensidade de livro. Acho que é onde peca mais, porque, de resto, tem um final que até me surpreendeu e a própria violação (um dos temas principais do livro) talvez não se tenha passado exactamente como se julgava, deixando-nos um pouco em suspenso até se descortinar tudo. Acho um bocadinho perturbadora a forma como é descrita a sexualidade de miúdos de 14 anos, com tanta leviandade, talvez porque a realidade é mais próxima disso do que julgamos.

2 comentários:

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