quinta-feira, 2 de março de 2017

Aventuras em Almada

Há dois ou três anos, eu e o mais-que-tudo decidimos ir ao Fórum Almada jantar e ir ao cinema. É muito raro lá irmos, não sei que lojas lá há, não sei quantos pisos tem, nem quais são os restaurantes. Não me lembro de nada disso. Nem me lembro do filme que fomos ver. Ou do que jantámos. Aquilo de que me lembro foi do que aconteceu quando saímos de lá. Como não estamos habituados a ir para ali, nem conhecemos bem aquilo, andámos um pouco perdidos a ver onde íamos deixar o carro. Se o fórum tem estacionamento? Provavelmente, mas nem reparámos, com certeza. É mais uma coisa da qual não me lembro. Ali ao lado tem um Leroy Merlin com estacionamento subterrâneo. O que fizemos? Perguntámos a uns polícias que ali estavam a que horas fechava o parque de estacionamento e a resposta foi que estava aberto toda a noite. Deixámos lá o carro. E para não andarmos o tempo todo com os casacos na mão, deixámo-los no carro, porque era um pulinho até ao fórum e não estava assim tanto frio. Aproveitámos o jantar e a sessão de cinema e saímos já depois da meia-noite. Chovia. Não tínhamos guarda-chuva e eu estava com aquelas botas tipo pantufas (absolutamente maravilhosas para a chuva). Demos uma corridinha, até à entrada do estacionamento, mas chovia tanto que ficámos encharcados. Tudo bem, pensámos, agora vamos para casa e aquecemo-nos, antes à saída do que à entrada, certo? Certíssimo. Como estávamos enganados! O parque estava fechado. Era uma cancela, para, pelo menos, irmos para dentro do carro? Não, não era. Era mesmo uma grade, sem possibilidade alguma de passarmos para o outro lado. Víamos o carro, solitário, no parque e nós do outro lado. Ensopados e cheios de frio. Não se via ninguém, nem o raio dos polícias que nos deram a informação errada. Subimos até ao Leroy Merlin, claro que estava fechado, nada de seguranças, em busca até de um número para onde pudéssemos ligar. Nada. Ligámos para a polícia, para ver se nos podiam ajudar, mas também não tivemos sorte. Voltámos para baixo. Tivemos que ligar a várias pessoas, àquelas bonitas horas, para ver quem nos podia ir buscar, porque não tínhamos como sair dali. Lá conseguimos boleia do meu primo. Esperámos por ele uma vida, porque o carro decidiu dar-lhe a travadinha pelo caminho. Quando, finalmente, chegou, estávamos encharcados e a morrer de frio, com os casacos dentro do carro, trancado no estacionamento. Demos-lhe dinheiro para a gasolina e, no dia seguinte, o mais-que-tudo foi com o pai buscar o carro. Mais gasolina. Mais portagens. Tudo muito mais que o necessário. Enfim. Nunca mais lá voltámos!

2 comentários:

  1. Que situação desagradável, minha nossa.
    Eu já fiquei ao relento com a minha prima porque ela deixou ficar a chave do carro dela dentro do carro das amigas que foram para uma discoteca a kms de distância. Estivemos até às 05 da manhã ao frio e depois o desgraçado de um amigos dela, antes de ir trabalhar, foi buscar-nos e levar-nos a casa. Até as amigas dela decidirem ir embora e deixar-lhe a chave.

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  2. Foi deprimente. E essa tua não parece ter sido melhor! É tão desconfortável...

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Sempre fui uma pessoa saudosista. Sempre fui muito de fotografar tudo para ter memórias físicas de todos os momentos. Mas desde que acontece...