sexta-feira, 27 de outubro de 2017

O passado: saber ou não saber?


Todos nós temos um passado. Bom ou mau, mais ou menos colorido, sombrio ou alegre; todos o temos. Muitos de nós arrependem-se de algumas coisas, outros tantos nem por isso. Eu faço parte do grupo que se arrepende de algumas coisas, na medida em que hoje sei que as podia ter feito de forma diferente, mais correcta, mais ajuizada. No entanto, também assumo que tudo o que fiz e que me aconteceu me fez a pessoa que sou hoje. E, tal como eu, o B. tem o passado dele.

Quando estamos numa relação, inserimo-nos num de dois grupos: ou somos aquela pessoa que não quer nem ouvir falar do passado amoroso e sexual do companheiro, porque é difícil aceitar que ele já esteve nos braços de outras pessoas, ou não nos importamos e preferimos saber tudo o que se passou na vida de quem está connosco. Eu confesso que me integro no segundo grupo. Eu não me importo nada de saber o que o B. já fez, não me sinto mal por ouvir falar nas pessoas com quem ele já esteve, experiências que teve, nada. Ele não faz questão de falar sobre isso, talvez por achar que eu possa não gostar, mas sou eu que pergunto.

Já ele, faz parte do primeiro grupo. Eu sei muito mais pormenores sobre o passado dele do que ele sobre o meu, porque não me pergunta. E, como tal, não sinto necessidade alguma de lhe falar sobre uma coisa que sei que o vai deixar incomodado. Contudo, isto é uma coisa que me faz alguma confusão. Sim, eu sei que ninguém gosta, nem quer, imaginar a pessoa de quem gosta envolvida com outras. Mas é um pensamento que não me perturba, porque consigo separar o passado do presente. O que ele fez antes de me conhecer, antes de ter uma relação comigo, não me afecta. Se alguma dessas mulheres surgir neste momento à procura de reviver momentos do passado, aí a coisa muda de figura. Porém, sei perfeitamente que ele teve uma vida antes de mim.

Gosto de conhecer a pessoa que está comigo, aquilo que já fez na vida, como era, como reagia perante algumas situações. Até porque, pelo que oiço da boca dele, me faz perguntar como seria se o tivesse conhecido mais cedo ou se ele não tivesse passado por tudo o que passou antes de eu aparecer na vida dele. Talvez nem estivéssemos juntos. Parece-me que o B. de antigamente era toda uma outra pessoa, não reconheço na maioria dos relatos dele sobre si próprio a pessoa que vive comigo. 

E vocês? Preferem saber ou não? E a vossa pessoa é das que também prefere manter-se na ignorância e pensar que vocês eram pessoas puras antes de se conhecerem? 😋

10 comentários:

  1. Depende de quem tens ao teu lado. Já vivi relações em que podia contar tudo e mais um par de botas (e saber também) e outras em que nem por isso. Vivo à 6 anos com alguém que não pergunta muito e eu também não conto muito e vivemos bem assim.

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    1. É verdade, cabe ao casal perceber onde se sentem mais confortáveis e viver com isso :)

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  2. Eu tenho uma história "diferente". Com o meu primeiro namorado fomos a primeira relação um do outro. Por isso, nada de experiências passadas. Só paixões que não tinham dado em nada. Com o rapaz que estou agora só eu tinha algo para contar (e contei tudo o que ele quis saber). Para ele eu fui (e sou) a primeira e única namorada. Falou-me das raparigas que gostou e das suas histórias (aliás, quando nos conhecemos ele ainda gostava de uma delas) mas fora isso não tinha nada para contar. Mesmo que tivesse eu não me iria importar de saber. Faz parte do passado!

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    1. Que giro, seres a primeira e estarem juntos há tanto tempo :) então, és como eu, das que não se importam de saber. Nem toda a gente lida bem com o passado do companheiro!

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  3. Eu sei de tudo porque assim quis e perguntei. Mas custou-me ouvir.
    Mas não conseguia estar com uma pessoa sem saber nada do passado dela.

    Beijocas

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    1. A mim não me custou ouvir, mas é daquelas coisas que não conseguimos evitar. Se te custou, custou e não havia como não custar, a não ser que optasses por não saber. Contudo, foi muito maduro da tua parte, sabendo que te iria ser difícil ouvir, optar por perguntares.

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  4. Achas mesmo que a minha curiosidade resistia a não perguntar??
    Gosto de saber tudo, até porque o passado permite-nos conhecer ainda melhor as pessoas.

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    1. É verdade. Eu acho que morria de curiosidade se não perguntasse tudo :P

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